Embora não exista cura para a Doença Renal Crónica, as complicações podem ser prevenidas e a progressão pode ser retardada ou travada com o tratamento adequado, que deve incluir:1

  • Gerir os fatores de risco, como a hipertensão arterial;
  • Reduzir a ingestão de sal para baixar a pressão arterial e evitar a retenção de líquidos;
  • Controlar a glicemia/açúcar, lípidos e anemia;
  • Adaptar a alimentação ao estádio da Doença Renal Crónica;
  • Deixar de fumar;
  • Aumentar a prática de atividade física;
  • Controlar o peso corporal;
  • Promover estilos de vida saudáveis, o que passa pelo aumento da informação sobre cessação tabágica, alimentação saudável, saúde mental, exercício físico, controlo da sarcopenia (perda de força muscular) e fragilidade.

Para quem tem Doença Renal Crónica podem estar indicados medicamentos considerados nefroprotetores, porque mostraram atrasar a velocidade da perda da função dos seus rins.

Em todos os casos, será sempre necessário:2

relatório
Monitorização e gestão

Deve existir um acompanhamento da progressão da doença, assim como a implementação de estratégias que visem minimizar os riscos das complicações associadas, com uma monitorização contínua, que inclui avaliações periódicas com a realização de exames e análises.

análise
Controlar os fatores de progressão

É essencial controlar os fatores que permitem que a Doença Renal Crónica progrida, como a hipertensão arterial, a diabetes mellitus e a alimentação, que exige uma intervenção nutricional.

defesa
Tratamentos protetores do rim
  • Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) / Antagonistas do Receptor da Angiotensina II (ARA II)
  • Inibidores SGLT2
  • Estatinas

A prescrição de outros fármacos com efeito protetor renal depende da causa da Doença Renal Crónica, como por exemplo, ter diabetes mellitus tipo 2 ou obesidade.

Poderão ainda ser-lhe prescritos fármacos para o controlo de sintomas ou complicações da Doença Renal Crónica, como diuréticos, vitamina D ou medicamentos para anemia.

Numa fase mais avançada, existem tratamentos que procuram “substituir” o funcionamento normal dos rins:

sangue
Tratamento de diálise

Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
Na hemodiálise, o sangue é bombeado através de um dialisador, um filtro artificial que remove os resíduos e o excesso de líquidos. Faz-se, geralmente, três vezes por semana, com uma duração de três a cinco horas.

A diálise peritoneal funciona com o mesmo princípio, mas o sangue é filtrado dentro do corpo do doente, numa técnica que pode ser manual ou automatizada, realizada na casa do doente.

transplante
Transplantação renal

É um procedimento cirúrgico que permite implantar um rim saudável num doente com insuficiência renal, de forma a repor a função renal. Apesar de melhorar consideravelmente a qualidade de vida, é necessário que os doentes transplantados tomem medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição do órgão.

tratamento
Tratamento Conservador

Quando a diálise ou a transplantação renal não forem opções clinicamente recomendadas para o doente com DRC avançada ou quando for esta a vontade do doente, o tratamento conservador corresponde à continuação da terapêutica integral do doente com Doença Renal Crónica em regime ambulatório, sem recurso a técnicas dialíticas, procurando prevenir, tanto quanto possível, a deterioração da função renal residual, aliviando os sintomas e complicações resultantes dessa progressão, com um suporte de cuidados paliativos personalizados para a Doença Renal Crónica, que visam otimizar o bem estar físico, emocional e espiritual do doente e sua família no tempo restante da sua vida.

Referências:

  1. International Society of Nephrology. Global Kidney Health Atlas. Disponível em: https://www.theisn.org/wp-content/uploads/media/ISN%20Atlas_2023%20Digital_REV_2023_10_03.pdf
  2. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) (2024). KDIGO 2024 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney Int. 105:S117-S314. Disponível em: https://kdigo.org/wp-content/uploads/2024/03/KDIGO-2024-CKD-Guideline.pdf